Chega de Prêmio Pelo Fracasso
Em qualquer empresa, é simples: quem entrega resultado cresce, quem não entrega é cobrado.
Na política brasileira, porém, parece acontecer o oposto. Mesmo diante de crises, escândalos e falta de progresso, nossos representantes continuam recebendo altos salários, benefícios e verbas extras — como se o país vivesse em outro mundo.
Mas e se fosse diferente?
E se o salário das maiores autoridades do Brasil dependesse diretamente do desempenho do próprio país?
A ideia é simples, mas poderosa: vincular a remuneração das autoridades públicas aos resultados nacionais.
Se o Brasil avança — com redução da criminalidade, crescimento do PIB, aumento da alfabetização, mais empregos e menos desigualdade —, os salários e benefícios sobem significativamente.
Se o país piora, os salários e benefícios caem e podem até ser zerados.
Simples assim.
Como uma equipe: todos ganham juntos, todos perdem juntos. Essa é, sem dúvidas, uma das melhores alternativas para fazer a direita e esquerda trabalharem juntas pelo bem do país, deixando assim de se auto sabotarem votando contra uma lei que pode beneficiar o povo e o país só porque foi prosposta pelo lado opositor. O Brasil precisa de união para crescer e não de batalhas em que os participantes saem ganhando sempre, mesmo com o Brasil afundando.
Um país que não premia o fracasso
Hoje, o Congresso Nacional é um dos mais caros do planeta. Senadores e Deputados Federais recebem vencimentos que ultrapassam a realidade de países muito mais ricos, além de benefícios como verba de gabinete, auxílio-moradia, passagens, carros oficiais e aposentadorias especiais.
O mesmo vale para Ministros do Supremo Tribunal Federal, Ministros da República e até o Presidente da República — todos mantêm salários fixos e privilégios imunes à situação real do país.
Enquanto isso, a população sente no bolso os efeitos de más decisões, más gestões e da falta de união entre os poderes.
A proposta de salário por desempenho coletivo surge justamente para inverter essa lógica injusta.
Se o povo paga a conta, o mínimo que se espera é que os líderes do país sintam, de forma direta, as consequências de seus resultados.
Como funcionaria na prática
Imagine um conjunto de metas nacionais claras e públicas, acompanhadas por órgãos independentes e auditáveis:
- Redução da taxa de mortalidade infantil;
- Aumento do índice de alfabetização;
- Crescimento do PIB e geração de empregos;
- Diminuição dos índices de criminalidade;
- Expansão do saneamento básico e da infraestrutura;
- Melhora na transparência e eficiência do gasto público.
Essas metas seriam definidas anualmente, e o desempenho do país determinaria o reajuste coletivo dos salários das principais autoridades, como:
- Presidente da República;
- Ministros de Estado;
- Senadores;
- Deputados Federais;
- Ministros do Supremo Tribunal Federal;
- Procurador-Geral da República;
- Presidente e Ministros do Tribunal de Contas da União;
- E demais cargos de alto escalão do governo federal.
Pagamento anual e vinculado ao desempenho
Para garantir justiça e responsabilidade contínua, as autoridades só poderiam receber seus salários após um ano completo de trabalho.
O valor pago seria definido de acordo com os resultados efetivos alcançados pelo país no período anterior.
Essa medida impediria que, nos últimos meses de mandato, fossem tomadas decisões populistas ou desastrosas apenas por conveniência política — afinal, o desempenho ruim refletiria diretamente no pagamento do ano seguinte.
Assim, o foco deixaria de ser eleitoral e passaria a ser nacional.
Se as metas forem superadas, todos recebem aumento proporcional — 5%, 10%, 20%, conforme o avanço do país.
Mas, se o Brasil regredir, os salários seriam reduzidos nas mesmas proporções, podendo até ser suspensos temporariamente em casos graves de retrocesso.
Essa regra simples faria com que a elite política e administrativa tivesse um interesse real no progresso coletivo, e não apenas em disputas partidárias ou acordos de bastidor.
Um incentivo à união e à responsabilidade
Hoje, vemos um cenário triste: partidos se enfrentam como inimigos, travando votações apenas para sabotar o outro lado. Enquanto isso, o país fica parado.
Com o salário atrelado aos resultados nacionais, essa lógica mudaria.
Não importaria quem propôs o projeto, e sim se ele melhora o país.
Seria um incentivo natural à cooperação — pois o sucesso de um seria o sucesso de todos.
Essa política traria de volta o verdadeiro sentido da palavra “representante”: alguém que trabalha pelo povo, e não pelo próprio bolso.
Afinal, se o Brasil cresce, o político cresce junto; se o Brasil afunda, ele afunda junto.
Desafios e resistências
É claro que essa proposta enfrentaria fortes resistências.
Quem está acostumado a benefícios fixos dificilmente aceitará colocar seu salário nas mãos do desempenho do país.
Além disso, haveria desafios técnicos: como medir de forma justa? Quem definiria as metas? Como evitar manipulações nos indicadores?
Mas toda grande mudança começa com uma ideia simples — e uma cobrança justa.
A população já vive com base em resultados: quem trabalha, recebe; quem não entrega, é dispensado.
Por que deveria ser diferente com quem governa?
Um novo pacto com o povo
O Brasil precisa de líderes comprometidos com o país, não com seus privilégios.
A proposta de salário por desempenho não é apenas uma questão financeira — é uma mudança de mentalidade.
É o símbolo de que servir ao povo é uma responsabilidade coletiva, não um privilégio individual.
Se nossos representantes realmente acreditam no Brasil que dizem defender, não deveriam temer essa ideia.
Afinal, quem trabalha pelo bem do país não tem medo de ser medido por seus resultados.







